Minha internação

Meu último dia no trabalho foi 08/01/2013, como eu disse no post anterior eu já me sentia bem cansada e não conseguia mais dirigir então tive que pedir meu afastamento.

No dia 09 fui fazer o ecocardiodoppler para medir o coraçãozinho da Bia porque no último ultrassom o médico não conseguiu, ela estava muito encaixadinha e o Caique todo espaçoso apertava a coitadinha!!

Mas foi um sacrifício só! Há alguns dias já estava me sentindo bem cansada e com muita dificuldade para andar e fora as contrações “preparatórias” assim denominadas pelo meu obstetra Dr. Sandro. Na semana anterior eu tinha ido ao médico para pegar meu afastamento e contei pra ele que minha barriga endurecia com frequência, mas eu não sentia dor. Então ele disse que era normal devido ao tamanho da minha barriga e porque os bebês se mexiam muito também!

Bom, cheguei à clínica para fazer o tal exame, como de costume esperamos por um bom tempo até que fui atendida. Minha maior dificuldade era deitar na maca, parecia que um elefante estava sentado na minha barriga e eu não conseguia respirar... A médica foi fazendo o exame, mas me olhando meio desconfiada... Começou a me perguntar se eu não estava sentindo nada, e eu realmente não estava! Ela falou que minha barriga estava endurecendo com uma frequência muito grande e que não era normal. Eu até disse que eu havia passado no médico e que ele falou que era normal, mas ela continuou dizendo que eu estava era em trabalho de parto! Pediu para meu marido ligar para meu médico e correr para o hospital! Pensa em uma pessoa tensa?! Multiplica por dois – éramos nós! Era muito cedo eu não estava nem com 27 semanas! Quando levantei da maca comecei a sentir dores absurdas nas costas, eu realmente estava em trabalho de parto! O Fa foi dirigindo igual louco, coitado! A nossa sorte é que estávamos bem perto do hospital Santa Catarina na Avenida Paulista. Quando chegamos ao hospital fui logo sendo examinada. (é uma pena eu não lembrar o nome de todos os médicos que me atenderam porque eles foram incríveis!) Eu já estava tendo contrações com intervalos menores que 1 minuto e estava com 2,5 – 3 cm de dilatação. Começaram a me medicar com inibidores de trabalho de parto, e o médico já foi nos alertando que íamos ficar um bom tempo por ali porque eles iam fazer de tudo para segurar nossos bebês o máximo de tempo que eles conseguissem! Com o inibidor as contrações foram diminuindo, mas não paravam! Eles decidiram então requisitar um inibidor mais forte, mas meu convênio negou... Essa foi a nossa primeira dor de cabeça de outras que viriam... O Fa teve que pedir para o tio dele que é advogado ajudar para fazer o plano aprovar a requisição, por que cada dose do remédio custava 800,00 reais e eu teria que tomar 10 doses! Em menos de 40 minutos ele conseguiu uma liminar com o juiz obrigando o plano fazer a aprovação! Isso tudo aconteceu no primeiro dia que eu estava no hospital! Já estava certo que eu iria ficar internada, mas os médicos acharam melhor me deixar na sala de pré parto porque era a sala mais próxima deles. No dia seguinte os médicos pediram minha internação, mas o plano negou e nos deram opções para transferência. Mas os hospitais eram absurdos, longe e sem suporte para UTI neonatal! Então negamos! O Fa resolveu ir à nossa casa organizar as coisas porque saímos sem nos programar para os ocorridos, mas minha sogra ficou o tempo todo ao meu lado, me dando forças isso foi muito importante porque apesar de toda a serenidade que eu demostrava eu estava bem assustada... Assim que ele saiu do hospital começaram a entrar várias enfermeiras me dizendo para assinar minha transferência e me apavoravam dizendo que se meus bebês nascessem ali eles não iriam resistir porque não tinham mais vagas na UTI neonatal. Era horrível!! Ao mesmo tempo em que eu queria ficar ali tinha medo de que meus filhos nascessem e não tivesse vaga... A Inês ligou para o Fabio e ele disse para eu não assinar nada que logo ele estaria lá e resolveria tudo.

Assim que ele chegou já foram dando duas opções para ele ou assinava aceitando a transferência ou assinava que estava ciente de que ele iria pagar tudo dali pra frente! O povinho viu! Como tinha vaga se ele pagasse e não tinha se o plano pagasse?... O Fabio falou para eles que eles podiam ir preparando minha internação que ele ia assinar se responsabilizando pelos gastos, mas que antes eles ia se resguardar dos seus direitos. Pediu 5 minutos para a moça do administrativo e ligou para a polícia na frente dela contando o ocorrido. E dizendo que estava havendo um crime contra o consumidor pelo plano de saúde e que começando a ser pelo hospital também sendo que as enfermeiras tinham me deixado um pouco de lado. Em menos de 5 minutos a polícia estava lá! Lembro-me bem o Fabio me ligando e dizendo para eu ficar tranquila que já iriam me internar e tudo ia ficar bem...

Quando ele estava subindo com a polícia a moça o chamou no administrativo e disse que já tinham arrumado um quarto pra mim e reservado os dois leitos na UTI neonatal caso os bebês nascessem. Poxa isso era tudo o que queríamos desde o início, passamos por um monte de nervoso atoa.
Existem várias pessoas que infelizmente não lutam por seus direitos, deve ser este o motivo pelo qual os planos de saúde usam e abusam dos consumidores, um absurdo!
Mas enfim fui internada no dia 10/01/2013.
Minhas fotos de gestante estavam marcadas para o dia 23 tive que cancelar... (uma das minhas maiores frustrações).
Nosso chá de bebê estava marcado para o dia 27 eu já tinha começado a preparar tudo e lógico tivemos que cancelar!